quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Otaku Idiota


 O Brasil e o Japão tem uma história em comum: Tem muita gente daqui que está lá, e muita gente de lá que está aqui. Eu mesmo tenho uma tia que mora lá.
O.I. é um primo do A.I., por compartilham do mesmo nível mental. O “I” é de “idiota”, como vocês podem imaginar.

O “O” é de “Otaku”.

Pra quem não sabe, o termo “Otaku” é dado para uma pessoa que é fã de alguma coisa. Uma fã de Fiuk que more no Japão é uma Otaku. Um fã do Leonardo Moura que more no Japão é um Otaku. No Japão, chamar uma pessoa de “Otaku” pode ser considerado uma ofensa, visto que por lá, a visão que se tem de um Otaku é a seguinte:


Aquela bonequinha de saia laranja é a sailor Vênus? Ou é a Júpiter? Sou daltônico.

Aqui no Brasil, o significado de Otaku se modificou. Não rotulamos uma pessoa de Otaku apenas por ela ser fã de alguma coisa... Aqui o rótulo de “Otaku” se encaixa exclusivamente a pessoa fãs de anime e mangá.
Claro, nada faz mais sentido do que pegar uma palavra de outro idioma e mudar para o que você quer.

A diferença é que lá ser fã de anime e mangá é algo natural. Animação e quadrinhos fazem parte de sua cultura. Mesmo que um navio japonês tenha aportado no nosso litoral há 100 anos, não quer dizer que a nossa cultura será igual à deles.

É aí que dá merda.

Os Otaku brasileiros são alvos de preconceito e chacota pela maioria. Até aí, nada demais. A natureza humana é rejeitar e temer aquilo que não conhece, por segurança própria. Por muito tempo o rock também sofreu esse processo, por exemplo.
O problema é que os Otaku dão motivo pra isso. E não são poucos.

Eu freqüento esse meio de anime e mangá há uns quatro anos, e vi lá de dentro o que acontecia. Via também do lado de fora, quando saía de uma convenção dessa tribo. Uma menina uma vez disse pra mim “Ah, as pessoas tem muito preconceito com a gente! Só porque eu me visto com camisas de anime e tenho o cabelo roxo, as pessoas acham que eu sou retardada!”.


E daí? O problema é que ela não reparou que as pessoas se incomodam com as atitudes dela, não com o cabelo roxo e a camisa do Full Metal Alchemist. Cabelos coloridos já “existem” na nossa cultura há algum tempo, e o preconceito contra isso já foi bastante amenizado. Camisas de anime podem ser confundidas com uma camisa qualquer.

Essa menina fazia coisas de mérito suspeito, dizendo que era parte da sua “cultura otaku”. Se ela tivesse um pouco mais de inteligência, ela podia prejudicar um pouco menos a sua tribo.
“Como assim prejudicar?” Ela, assim como muitos outros Otaku, fazem coisas que prejudicam a si mesmos. As pessoas passam a entender errado do que se trata esse “negócio de anime”.
Felizmente, nem todas as pessoas desse meio são assim. Conheci pessoas maravilhosas por lá, e fiz amigos que considero muito.

Mas... O que essas pessoas fazem de tão... “errado”? Bem...

Gírias japonesas


É aquele cara que fala um dialeto estranho: Apenas ele e mais alguns poucos entendem. Eles falam até você ficar cansado de tentar uma comunicação terráquea.

Porque prejudica: Na verdade, o problema não é a mistura, e sim o excesso. Leite com morango é bom... Coloque 70 morangos para 1 litro de leite.
Quando se mistura gírias japonesas com o português, faz com que as pessoas pensem que você é esquizofrênico, afinal parece que você “inventa” palavras do nada. Se alguém chegasse para mim e falasse “Hoje eu comi um plung... Tava muito kachang”, eu iria ficar com um pé atrás... Afinal, parece língua de maluco.
Pensem bem nisso: Não tentem forçar as pessoas a acharem isso normal! Pra você é normal, para as outras pessoas, não.
Elitismo

Quem foi o bolha que inventou a frase “Anime não é desenho”? Eu acho que foi alguém que tem vergonha em reconhecer que é fã de desenhos animados, ou então alguém que os considera infantis. Simpsons é um desenho infantil?

Peguei você. A Lisa é mais madura que eu e clicando nela você lê poesias!


...


 É sério! Tem uns escritores muito bons nesse site!

...

Ok, voltando...
Porque prejudica: Sinceramente, dizer isso é dizer que você gosta de algo alienígena. Afinal, você gosta de algo feito em um estúdio de animação, por animadores, porém não é desenho animado. Então é o quê? Torta de maçã? Falar isso diminui sua própria credibilidade, e faz de você um merecedor de um dicionário.

Guerras com outros


Se uma pessoa não compartilha do gosto por seu hobby, você não deve obrigá-la a participar do mesmo.
Sempre tem um infeliz pra dizer “Mangá é melhor do que quadrinhos americanos!”.
Pra que dizer isso? Assim como dizer “Anime é melhor que futebol!”.
Pode até ser que mangá seja melhor do que algumas coisas, mas isso não faz de você uma pessoa superior. Se uma pessoa prefere jogar futebol ou ler o Batman do que ver anime, essa pessoa não é inferior a você.
Já dizia um sábio (ou um cantor de forró... não sei quem disse isso): “Não pense que são inteligentes apenas as pessoas que pensam como você.”
Eu já disse isso antes? Diabos, não lembro.

Porque prejudica: Muitas pessoas já criticam o hobby, e dessa forma, você cria mais “inimigos”. Na comunidade do Orkut da minha ex-turma, um cara disse “Eu vou pra Lapa sim, você e seus amiguinhos do anime e do RPG matam gente e ficam odiando os outros”. Imagina quantos O.I. ele já encontrou na vida...


Guerras entre si

Pessoal que gosta de Rock Japonês brigando contra pessoas que gostam apenas de anime. Pessoas que gostam de anime X brigando contra pessoas que gostam do anime Y.
Vocês não aprenderam nada com os espartanos?


União...?

Não tenho muito que comentar, é a atitude que eu tenho maior aversão. Já vi até mesmo pessoas caindo no braço só por um lugar na fila, mais de uma vez. Apenas um exemplo: dois caras, um “do anime” e outro “do j-rock”, brigaram por lugar na fila de ingressos reservados, perto de mim.




Sim... Ingressos reservados.




Sim... Reservados.
É, eu sei. É a vida.
Porque prejudica: O grupo não tem união. Para muitas pessoas de fora, é só “um monte de metaleiro que arranja confusão”, ou “adolescentes arruaceiros”. Vamos ser honestos, é assim que as pessoas vêm o público Otaku nesse país.

Eu teria mais uns dez motivos para colocar aqui, mas não quero fazer com que o clima do texto fique ainda mais pesado.

Pra fazer o clima ficar mais leve, um dos meus sorrisos preferidos de anime:


Até semana que vem!


A não ser pelo desenho da menina de cabelo roxo, nenhuma das imagens é de minha autoria.
A última imagem  é do mestre Eiichiro Oda, autor do mangá mais vendido de todos os tempos.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Contos de Fada


“CF” é uma sigla (muito óbvia e pouco original) para Contos de Fada. Aquelas coisas que você ouvia quando era pequeno, e decorava as falas e músicas dos filmes. Mas, falando de forma sincera, contos de fada são machistas, em sua maioria.

A princesa fica lá, vendo a banda passar falando coisas de amor (ou dormindo) e um cara com cabelo de boi lambeu e calça skinny vai lá, enfrenta um dragão – ou uma floresta, ou uma torre, ou uma bruxa, ou o Batman – e salva a princesa. A princesa é a protagonista da história, mas não faz nada! (Até aí tudo bem, já vi tantos animes e filmes onde isso é normal...).
Li uma matéria na Superinteressante um dia desses e depois fui fazer umas pesquisas acerca desse negócio de contos de fada.
Descobri que os contos de fada contemporâneos são uma versão para crianças. Os contos de fada de antigamente eram contados de adultos para adultos. “Qual a diferença entre contos para crianças e adultos?”, você pode perguntar. Violência? Ah, sejamos sinceros.


Sexo.

Afinal, violência tem em qualquer coisa, até em Ben 10.
Lendo mais sobre contos de fada, descobri que existem teorias sobre o porquê do sucesso deles. Um cara chamado Bruno Bettelheim diz que o sucesso é por causa dos efeitos que os contos causam no nosso inconsciente. Os efeitos podem ser em relação à família, ao sexo, ao campo da emoção... Enfim, sobre coisas peculiares à razão humana.
Com o tempo, as crianças foram se interessando por essas histórias, então os adultos resolveram transformar o adult-swim em TV Globinho.

Ah, sim, esse Bruno Bettelheim é austríaco, e nos prova que existe um cara chamado Bruno e que more na Áustria.

Pensando no futuro, percebi que contar essas histórias para meus filhos poderia incitar o machismo na cabeça deles. Pensei como seria se eu contasse essas histórias de maneira diferente...


Branca de Neve



Uma rainha tinha um complexo de inferioridade muito grande e queria ser a mulher mais bonita do seu reino. Ela sempre usava magia negra, aprisionando as pessoas bonitas em espelhos. Uma vez trancafiadas em espelhos, as pessoas se tornavam escravas da Rainha.
Um dia, ela conseguiu prender uma menina chamada Branca de Neve dentro de um espelho. O problema é que ela tinha como amigos sete anões.


Sim, anões de verdade. Não um anão dengoso, um anão mudo, um mal-comido...

Os anões então invadiram o castelo dela portando machados, enfiaram a porrada na guarda real (afinal, anões comandam), chegaram até a sala real e viram que Branca de neve havia criado uma emboscada, puxando a Rainha para dentro do espelho. Dentro do espelho travaram uma longa batalha e Branca saiu vitoriosa. Saiu do espelho e libertou as almas escravas da rainha.
Os anões encontraram sete anãs entre os escravos e foram felizes para sempre. Branca de neve saiu correndo para a imprensa e relatou o caso no Pergaminho On-line. Com isso, ganhou o emprego de jornalista, e passou a ser uma mulher independente de homens.

Rapunzel


Rapunzel nunca soube exatamente porque, mas desde sempre foi criada por uma bruxa. Aos 12 anos de idade, foi presa pela mesma bruxa em uma torre. A bruxa fez um encantamento para que o cabelo de Rapunzel nunca parasse de crescer, e utilizava os cabelos da menina para escalar a torre onde ela vivia, porque bruxas não sabem magias de vôo, e constroem torres sem escadas.


É sério, ninguém estudava arquitetura na época? Como que você cria uma torre sem escadas? Bruxas más, se vocês querem manter uma menina presa numa torre, tranque a porta com um feitiço, mas criem escadas! Vocês são bruxas, por Deus!

Enfim, Rapunzel notou que o feitiço da bruxa concedeu poderes mágicos a seus cabelos, e ela adquiriu o poder de controlar seus fios capilares por telecinésia. Durante anos treinou secretamente, escondido da bruxa. Ela planejava a saída do local, e de certa forma conseguiu! Desceu da torre, indo explorar sua nova vida, no campo.

Começou a conversar com camponeses, e todos diziam que uma bruxa muito má assombrava a região, e que o líder dos camponeses iria enfrentar a bruxa. Rapunzel esperou a noite chegar, e então viu o líder confrontando a bruxa. A vilã, que já estava irada por perder sua escrava cabeluda, começou a gritar...


- RAPUNZEEEEEL, CARA DE PASTEEEEEEL!

O herói camponês largou sua lendária pá, que não seria capaz de machucar um calango, e começou a gritar pela sua... FILHA!

Rapunzel, olhando maravilhada, se emocionou e deixou cair uma lágrima. A bruxa tentou se aproveitar e jogar um Vingarda Leviossa – ou algo assim – mas Rapunzel rebateu com uma mecha de seu cabelo. A heroína então destroçou a bruxa com suas madeixas marombadas, e foi morar com seu pai e mãe no vilarejo.
“E o príncipe encantado da história original?”, vocês me perguntam...

Ele soube de uma festa que uma rainha chamada Branca de Neve iria dar. Foi até lá, dizer que seu pai queria uma aliança territorial e que para isso era preciso o casamento entre os dois.

Que foi? Feudalismo! Lembram-se? Amor e casamento são coisas que só ficaram juntas há pouco tempo!


Já Rapunzel conheceu um rapaz honesto e trabalhador, se casou com ele e viveu feliz para sempre, pois não há quem tenha coragem de desafiar o vilarejo de uma mulher que controla os próprios cabelos.

Fim.


Nenhuma das imagens é de minha autoria.
A branca de neve dona de casa, a chapeuzinho erótica, Gimli e a bruxa baratuxa, achei no google.
As outras imagens da Branca de Neve e as imagens da rapunzel, achei no Danbooru.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ateus?

Antes de tudo, gostaria de informar que o bidoof vai me ajudar nesse texto


A.I.

 


Eu amo piadas idiotas.
“A.I.” é uma sigla ambígua (afinal, esse garotinho-robô insuportável também compartilha da sigla). Mas, dentro do contexto, quer dizer “Ateu idiota”.
Você deve conhecer um. Normalmente, eles colocam frases ateístas de pensadores iluministas no Orkut, e colocam álbuns com tirinhas do estilo “a diferença do crente para o ateu”, tratando o crente como se fosse um idiota.





Tá bom... Muitos são realmente idiotas. É, eu sei, milhares. Mas não todos.
Eu tenho a impressão de que o significado de ateísmo foi se dissolvendo com o tempo. Leiam isso:

“Ateísmo é a posição filosófica de que não existem deuses, ou que rejeita o conceito do teísmo. Em uma concepção mais ampla, o ateísmo é definido como a simples ausência de crença em divindades.”

DeuseS. Crença em divindadeS.

Colocar no orkut uma imagem de apóstolos comendo pedaços de Jesus na santa ceia não faz de você um ateu. Faz de você um anti-cristão.
Reparou que é diferente? Quando as pessoas pensam em ateísmo, elas pensam que é aquela pessoa que não vai à igreja cristã, é revoltada e pisa na grama. Pensam que o ateu é um rebelde, que irá queimar igrejas e cantar músicas de lúcifer.
Lúcifer? Como assim lúcifer? Se você é ateu, não tem como acreditar na existência de uma figura católica... Né?
Pensem no fato de que ser ateu não é não crer em Jesus. Ser ateu é não crer em Jesus, Vishnu, Alá, Zeus, Bidoof
Se você pretende ser um ateu rebelde...


Parece que você adquiriu mais um monte de “inimigos”.

Outra coisa esquisita são os rockeiros que acham que ser ateu é parte do movimento. Eles parecem pensar que para ser inteligente, é preciso ser rockeiro e ateu, e acham que todo crente é um idiota alienado, que é controlado pela mídia e bla,bla,bla. Ouvir rock não faz de você inteligente. Ser rockeiro não é ser satanista ou ateu. Você pode ser satanista, ateu ou protestante! Duvida? Existe um estilo de música chamado White Metal, ou Christian Rock. Deve existir um estilo Buda rock, ou Alá Punk. Não duvido nada.

Eu tenho amigos ateus. Eles trocam muitas idéias comigo a respeito de religião, a respeito de música, a respeito da vida. Eles não precisam de nada para afirmar suas ideologias. Eles possuem personalidade forte o suficiente para acreditar naquilo que eles quiserem. São diferentes um do outro... Um é vegetariano, o outro gosta de dançar, o outro gosta de baseball. Eles não precisam atacar algo para afirmar uma personalidade fraca ou carência afetiva. Mesmo com as minhas idéias sendo diferentes, não somos rivais. Pense na frase do filósofo, onde ele diz “Não pense que são inteligentes apenas as pessoas que pensam como você.”

Estranho? Não, eu nunca disse que era ateu!

Durante toda a minha vida, fui educado dentro da religião católica. “Conheço” bem como funcionam muitas coisas de lá de dentro, e já fiz parte de alguns grupos de lá. Fui batizado e catequizado na igreja católica.
Com o passar dos anos, comecei a me questionar sobre algumas coisas que não vão ser ditas aqui, afinal esse texto não é sobre religião.


Sim, bidoof! Esse texto é sobre pessoas e suas atitudes. Se fosse religião eu ia ficar definindo, defendendo e criticando dogmas, e eu não estou fazendo nada disso.
Espero que tenham entendido. Certo, bidoof?

Enfim, eu decidi não fazer parte de nenhuma religião, porém continuar a acreditar em Deus. Sabe aquela opção do Orkut “tenho um lado espiritual independente de religiões?” É aquilo ali mesmo.

Ou seja, não estou de nenhum dos lados da moeda, e acredito que a inquisição da idade média, por exemplo, realmente foi algo bastante cruel. Os caras eram gênios da engenharia, e criavam um instrumento de tortura melhor - ou pior - que o outro.
E isso não quer dizer que os católicos de hoje em dia são algozes. 
Um professor meu comentou a uns anos atrás sobre uma reportagem que fazia uma suposição: Se toda a história do planeta fosse colocada em 24 horas, a que momento do dia o ser humano iria aparecer. Sabem qual é a resposta?

23 horas e 56 minutos.


Como você é pequenininho perto disso tudo, não acha? Em qual milésimo de segundo você deve estar, nessas 24 horas? Tentar parecer grande perto de alguém não vai te fazer grande. Vai te fazer uma pessoa muito chata.
Existem muitos idiotas dentro da igreja, assim como existem muitos idiotas fora dela. Se você é ateu, judeu, hindu, budista ou do candomblé, você pode ser idiota. E se você for idiota, Bidoofs vão te olhar assim.


Idiotice não escolhe cor, classe ou religião. Se você coloca fotos de Jesus zumbi no seu álbum do Orkut, você está fazendo a mesma coisa que o vegetariano que coloca fotos de animais mortos, e a mesma coisa que o religioso faz quando coloca mensagens religiosas e convidativas:



Porcaria alguma.
Entendam que ser ateu não é ser “soy rebelde”. É apenas uma ideologia. É uma decisão, tão “comum” quanto decidir não comer carne, ou decidir votar em branco em todas as eleições.
Se você quer ser rebelde, revolucionário e usar uma camisa do Che Guevara, vá pra rua fazer alguma coisa! Você não precisa ser ateu só para isso. Nada impede que exista um revolucionário ateu, budista, hindu, ou coisas assim.
Não tente “vender” sua idéia religiosa ou anti-religiosa. A moeda de troca é a sua personalidade. 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Emo

Eu lembro que em 2005 um pessoal se vestia de preto, colocava uma franja virada pro lado, usavam maquiagem preta e ouvia My Chemical Romance.


Na época em que o chamado “Emo” era moda, tudo do campo das emoções ou do rock era considerado como hábito deles. Uma música de amor era “emo”, assim como uma flor, uma carta, namorar, usar All Star, usar roupa preta, usar piercing... Até comer abacaxi era “coisa de emo”!

Um cara do meu curso pré-vestibular me disse uma vez que Forfun era emo.

O conceito de “emo” se entranhou na gente de uma forma que a palavra deixou de definir um estilo musical para se tornar um adjetivo pejorativo. Se o cara não gosta de uma banda, ele diz que ela é emo. Se ele não gosta de um corte de cabelo, ele diz que você é emo.
Até o ponto em que emo virou homônimo para “gay”, como se a palavra e sua ideologia  fossem uma ofensa.

Sejamos sinceros: O estilo “emo” não existe mais no Brasil. Como era moda, ela foi ultrapassada por outros conceitos. Por exemplo, nos anos 80, a moda do rock era homens usar maquiagem e botas de couro, com cabelos grandes e pomposos. Se um cara fizer isso hoje em dia, vão dizer que ele é emo.


No exterior, o emo foi alvo de chacotas, assim como foi por aqui. O problema é que isso ainda acontece aqui, e o emo nem existe mais! É como... Dizer que “dinossauro” é uma ofensa!


Eis que então, no final de 2009 e começo 2010, surgiu um pessoal que usa roupas excessivamente coloridas, com calças apertadas e faixas na cabeça.


Aí uma galerinha da pesada vai a um vídeo do restart no youtube, e comenta “Esses emo de merda tem q td morrê bando d fdp”.

Emo? Sem desmerecer o cara, mas ele parece uma salada de beterraba com cenoura. No lugar do all star, eles usam esse tênis-megazord. É bem diferente. O que tem de emo nisso?
Algumas pessoas argumentam que a música é a mesma e isso quer dizer que elas nunca leram a letra dos dois estilos. Enquanto um diz que “Aposto um beijo que você me quer”, o outro diz “Você já se sentiu triste? Bem vindo à minha vida.”
Outro comentário que as pessoas fazem é sobre o Brasil ter originado essa moda (chamada de Happy Rock) e que o nosso país não tem salvação musical.
Bem, a moda pode ter surgido daqui, mas ela se inspirou em outra:

Não é o mesmo cara.

As pessoas criticavam meu antigo cabelo, falando que ele era “cabelo de emo”.
Eu nem tinha franja, mas se tivesse, diriam que eu fazia cover de Simple Plan.
As pessoas precisam parar de dispersar seu ódio generalizando conceitos. Se você acha os dois são a merda do cavalo do bandido, tudo bem.


Mas uma coisa não é igual à outra, seu velociraptor.


Nenhuma dessas imagens é de minha autoria.
A primeira imagem é um grupo de emos que eu achei no Google.
A segunda imagem deve ser de ensaio fotográfico do Skidrow
A terceira imagem é uma genial criação minha, o velociremo.
A quarta imagem é o Pe Lanza, da banda Restart.
A quinta imagem é o Pe Lanza, do Restart, e o Oliver Sykes, da banda Bring Me The Horizon... Adivinhe quem é quem.